O Android 4.2.2 saiu do forno com algumas cartas na manga, prometendo melhoria de estabilidade e até redução no consumo de bateria do Nexus 7. Porém, seu sistema de segurança também teve mudanças: mesmo que não se pareçam necessárias elas acabaram inutilizando um dos maiores serviços de bloqueio de publicidade na web, o AdBlock Plus.
O Adblock Plus é uma das mais populares ferramentas para retirar a publicidade indesejada na web, e desde novembro do ano passado ele chegou a plataforma Android com a capacidade de remover aquelas propagandas tão irritantes que acabam sugando nossas baterias. Em contrapartida, graças às propagandas temos uma infinidade de aplicativos gratuitos na Play Store.
O aplicativo se aproveitava de uma pequena falha no Android que permitia qualquer aplicativo através da rede localhost definir automaticamente uma proxy para o aparelho. A falha que parece ser leve e de pequena importância é grave, pois qualquer aplicativo com permissão para acessar a internet pode alterar as configurações de proxy podendo abusar de phising ou ter a privacidade comprometida.
Nesta atualização da versão do sistema, a falha que o Adblock utilizava para conseguir bloquear as propagandas sem a necessidade de root foi consertada, porém, agora o aplicativo passou a ser um peso morto no Android 4.2.2, pois para configurá-lo o usuário deverá alterar manualmente as configurações de proxy cada vez que uma nova conexão é iniciada – o que para a grande maioria de usuários decretará a inutilização do aplicativo.
A equipe do AdBlock soltou um comunicado informando que no Android 2.x as configurações eram definidas globalmente para todas as conexões, agora na versão 4.2.2 para cada nova conexão deverá ser refeita a configuração para bloqueio de publicidade, algo que não é nada user-friendly e eles não têm nada a fazer a não ser esperar que o Google libere uma API para o aplicativo poder ser amplamente utilizado em aparelhos que não possuem root.
A meu ver, podemos dizer que o aplicativo continua totalmente utilizável e não morrerá tão cedo, já que grande parcela dos usuários do sistema Android ainda está no Android 2.3, 4.0 e até mesmo 4.1. Sobre uma liberação para a API para o uso da ferramenta, também não deverá ser liberada tão cedo, pois a maior parte do lucro vindo do Android para o Google, é justamente a publicidade.